As forças de Israel voltaram a atacar neste domingo (20) alvos na Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, dezenas de pessoas foram mortas na ofensiva, incluindo mulheres e crianças. As informações não puderam ser verificadas de forma independente.
As autoridades palestinas falam em ao menos 25 mortos no território. Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, relatou bombardeios em toda a região. Em Rafah, cidade localizada no sul da faixa, cinco pessoas teriam sido mortas em uma ação com drone.
Israel já havia feito outro ataque aéreo no sábado (19) em Nuseirat, no centro de Gaza, que matou uma pessoa, segundo o hospital Al-Awda. O Exército israelense disse em comunicado ter eliminado mais de 40 integrantes do Hamas durante o fim de semana.
As forças de Tel Aviv também anunciaram a morte de um soldado israelense no sábado. Segundo o Hamas, um grupo do Exército foi emboscado no bairro Al-Tuffah, na Cidade de Gaza. Trata-se da primeira baixa do país, em Gaza, após o fim, no mês passado, de um frágil acordo de cessar-fogo.
Do lado palestino, ao menos 1.827 pessoas teriam morrido desde então, aumentando para 51.201 o número total de mortos em Gaza desde o início da do conflito, em outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Em comunicado, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, voltou a dizer que não encerrará a guerra antes de destruir o Hamas, recuperar os reféns e garantir que não haverá ameaças ao seu país.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do grupo terrorista contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em mais de mil mortes e pessoas sequestradas. Das 251 pessoas que foram levadas naquele dia, 58 continuam presas em Gaza, 34 das quais morreram, segundo o Exército israelense.
Outros ataques no Líbano
Israel também fez neste domingo ataques contra alvos no sul do Líbano. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Na última sexta-feira (18), outra ofensiva israelense matou duas pessoas no sul do país. Segundo o governo Netanyahu, a ofensiva era direcionada a integrantes do grupo extremista Hezbollah.
As mortes foram registradas apesar do cessar-fogo entre israelenses e o Hezbollah, que entrou em vigor em 27 de novembro, após dois meses de guerra aberta contra o grupo pró-Irã.
Em uma publicação no X, o Exército libanês anunciou que deteve um ataque com foguetes planejado pelo grupo terrorista contra Israel. As Forças Armadas do Líbano realizaram a operação em um apartamento na região da cidade de Sidon, onde confiscaram foguetes e prenderam indivíduos envolvidos.
Na semana passada, o Exército libanês informou que prendeu palestinos e cidadãos libaneses envolvidos em um ataque com foguetes contra o norte de Israel, ocorrido em março.
O acordo de trégua com o Hezbollah prevê o desmantelamento da infraestrutura militar do grupo entre o rio Litani e a fronteira israelense, quase 30 km ao sul, assim como a retirada das forças israelenses do sul do país.
Ataques no Iêmen
Na capital do Iêmen, Sanaa, ao menos duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas em bombardeios, informou neste domingo (20) a imprensa controlada pelos rebeldes houthis, que atribuiu os ataques aos Estados Unidos.
A rede Al-Masirah, citando o Ministério da Saúde controlado pelo grupo rebelde, também relatou bombardeios nas províncias de Marib e Amran. Os EUA não comentaram.
Os houthis afirmaram na última sexta-feira que uma série de bombardeios americanos contra o estratégico porto de Ras Isa deixou 80 mortos e 150 feridos. O ataque foi o mais letal desde que Washington iniciou a campanha militar contra o grupo há 15 meses para conter os ataques que os houthis fazem contra navios no mar Vermelho, uma passagem crucial para o comércio mundial.
Os rebeldes iemenitas, que controlam grandes faixas de território do país, iniciaram as ofensivas no final de 2023 em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou no sábado que está “seriamente preocupado” com os bombardeios dos Estados Unidos, após o relato dos houthis sobre os ataques de sexta-feira.
A ofensiva dos rebeldes impede a passagem de navios por uma rota por onde normalmente transitam 12% do tráfego marítimo mundial. Muitas empresas foram obrigadas a adotar desvios caros para contornar o extremo sul da África.