O ex-senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, reconheceu que o PSDB passa por um momento de esvaziamento político e aposta na fusão com o Podemos como saída para reestruturar a legenda. Em entrevista ao canal MyNews, o tucano afirmou que a perda de protagonismo se deve, em parte, à postura independente que o partido adotou diante dos últimos governos federais, recusando alianças meramente oportunistas.
“Fomos oposição tanto a Lula quanto a Bolsonaro, sem aderir aos extremos nem nos rendermos a práticas fisiológicas. Essa escolha, embora coerente com nossos princípios, nos isolou”, avaliou Tasso, que é uma das figuras fundadoras e mais influentes do PSDB.
O processo de unificação com o Podemos deve culminar na criação de um novo partido, o PSDB-Podemos, que se posicionará como oposição tanto ao presidente Lula quanto ao governador do Ceará, Elmano de Freitas. No cenário estadual, a nova legenda deve compor uma frente oposicionista com PL, União Brasil e PP, de olho nas eleições de 2026. Um dos nomes cotados para liderar essa aliança como candidato ao governo é o ex-ministro Ciro Gomes, que, segundo bastidores, pode migrar para o novo partido.
Para Tasso, a fusão representa uma chance de renovação. “Precisamos abrir espaço para novas lideranças, oxigenar o debate e reconectar o partido com a sociedade. Essa união com o Podemos é o ponto de partida para um recomeço”, afirmou.
Apesar de ser um crítico histórico do PT, Tasso apoiou Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022, em oposição à reeleição de Jair Bolsonaro — uma escolha que, segundo ele, refletiu seu compromisso com a democracia.